Comumente, os principais sintomas
que levam uma pessoa a procurar um cardiologista são dor no peito, palpitações,
dispneia, edema, síncope, fadiga, hemoptise e cianose. Nos próximos parágrafos
faremos uma pequena revisão sobre o que são esses sintomas e o que eles podem
significar num contexto de doença cardíaca.
1.Dor no peito e angina pectoris:
provavelmente é o sintoma mais importante de doença cardíaca, apesar de não ser
patognomônico desta. É importante caracterizar o local da dor, a duração, se
estão acontecendo episódios recorrentes de dor, quando ela acontece, quanto
tempo dura, o que melhora ou piora, qual a característica da dor (pontada, queimação,
aperto etc) e se está relacionada à atividade física, alimentação, palpitações,
náusea ou outros sintomas. A angina pectoris é o principal sintoma da doença
coronariana, geralmente sendo consequência da hipóxia do miocárdio. O sinal de
Levine é patognomônico de angina e está ilustrado abaixo.
2.Palpitações: são sensações desconfortáveis
no peito associadas a arritmias. São comuns e não necessariamente indicam
doença cardíaca grave. Na anamnese, é importante perguntar há quanto tempo o
paciente vem sentindo as palpitações, qual a frequência, quando ocorrem, quanto
tempo duram, se há fatores que melhoram ou pioram, se ocorrem durante exercício
físico, entre outras. Cabe ressaltar que alguns medicamentos podem causar
arritmias, bem como ansiedade e stress emocional.
3. Dispneia: a dispneia ou “falta
de ar” também traz o paciente ao cardiologista. Se a dispneia ocorre à noite, é
chamada de dispneia paroxística noturna e é um sintoma específico da insuficiência
cardíaca congestiva. A ortopneia se reflete na necessidade de usar mais
travesseiros para dormir, já que a posição deitada piora o quadro; assim, é
importante perguntarmos quantos travesseiros a pessoa usa para dormir. A
dispneia de esforço deve ser caracterizada se ocorre aos grandes, médios ou
pequenos esforços, sendo este último relacionado à maior gravidade da doença.
4. Síncope e desmaio: síncope é a perda de
consciência transitória, relacionada ao baixo fluxo de sangue cerebral e
relatada como “sensação de desmaio”. É importante perguntar se o paciente
sentiu palpitações antes da síncope, já que isso pode indicar uma causa
arritmogênica. A posição em que ela ocorre também é importante; se ela ocorre
quando o paciente levanta abruptamente, pode ser hipotensão ortostática.
5. Fadiga: pacientes com insuficiência
cardíaca e doenças valvares comumente se queixam de fadiga, embora ela também
não seja específica para problemas cardíacos. É importante caracterizar quando
o paciente se sente fadigado, como ela começa ou se ele já acorda cansado,
entre outros.
6. Edema: edema de membros inferiores é uma queixa comum do paciente com problemas cardíacos. Para caracterizar o
edema, notar se é uni ou bilateral, duro ou mole, quando ele ocorre ou quando
se intensifica, se é ou não acompanhado de dor, o que o paciente faz que melhora
ou piora entre outros. O paciente com insuficiência cardíaca direita apresentará
edema simétrico no membro inferior e que piora ao longo do dia.
7. Hemoptise: estenose mitral é
uma possível causa de hemoptise, quando há rupturas de veias brônquicas que
estão sob alta pressão nessa condição. Além disso, há também as causas
pulmonares para a hemoptise.
8. Cianose: também notada em
pacientes com doenças pulmonares e cardíacas. No caso das doenças cardíacas,
pode ser resultado de um shunt direita-esquerda
como na permanência do ducto arterioso. Nesse caso, acomete os membros
inferiores já que ocorre abaixo do nível das carótidas e subclávias.
Boa noite e bons estudos a todos.
Gabriela Pucci
Liga
de Cardiologia Unicamp
Bibliografia
Semiologia Médica, Celmo Celeno
Porto, 5ª edição.
Textbook of Physical Diagnosis, Mark H. Swartz,
6th edition.
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