De acordo com o texto feito pelo coordenador
Eric Renan no blog, há uma forte relação entre síndrome ansiosa e risco cardiovascular. Neste
texto, ele conclui que o risco relativo desta síndrome seria capaz de se
equiparar ao de alguns fatores de risco tradicionais. Mas além dessa associação
descrita por ele, já foram feitas em várias pesquisas correlações
entre doenças cardiovasculares e outras dificuldades psicossociais, como estresse
crônico e depressão, não só no aparecimento da doença, mas também em sua
evolução, pois viver com uma doença cardíaca é extremamente estressante, por
envolver incertezas e ansiedades acerca do diagnóstico e dos vários
procedimentos médicos do tratamento podem piorar o quadro clínico.
Pela organização mundial de saúde, a doença se
caracteriza por um desequilíbrio de todo o sistema ecológico do homem e não
apenas pela ação de um agente causal ou pela evolução patogênica. Nesta visão, a definição de saúde aparece mais do que a
simples ausência de doença. Com isto em mente, começou a ser ativamente
investigado a relação entre processos artísticos criativos e manutenção da
saúde, pois esta passou a englobar aspectos psicoemocionais. A partir de então,
foram observadas diversas evidências que indicaram que o envolvimento com atividades
criativas (tanto como observador como quem pratica) tem o potencial de contribuir
com a diminuição do estresse e a depressão, podendo servir como veículo para
diminuir as doenças crônicas.
Esta idéia de utilizar a expressão criativa
artística como forte contribuinte no tratamento de doenças já foi abraçada por
várias culturas. Há diversos registros históricos sobre povos que usavam
pinturas, estórias, danças e cantos em rituais de cura. Neste sentido, vêm-se
observando a relação da música com a doença. Pesquisas demonstraram que a
musica terapia diminui a ansiedade, restabelece o equilíbrio emocional, diminui
a dor, aumenta a sensação de controle do paciente, promove o bem-estar, aumenta
a imunidade, relaxa, alivia o estresse, reduzindo a frequência cardíaca e a
pressão sanguínea, portanto diminuindo o risco para doença cardiovascular. Além
disso, a música ajuda a diminuir a dor e o estresse em um pós-cirúrgico
cardíaco.
Em um estudo, por exemplo, foi introduzido música
em 45 quartos privativos hospitalares com 45 pacientes com infarto do
miocárdio. Um monitor Holter foi conectado em cada paciente, enquanto
respondiam formulário de estado de ansiedade era retirado os valores
fisiológicos. Depois de ouvir música por 20 minutos, participantes tiveram
redução significativa na frequência cardíaca e na respiratória, na demanda do
miocárdio por oxigênio e da ansiedade.
Mas apesar da maioria dos estudos atuais sugerirem
que ouvir música pode ser beneficial para pacientes com doenças cardíacas, nem
todas as triagens foram bem sucedidas. Algumas pesquisas encontraram pouco
efeito da música sobre medidas fisiológicas da frequência cardiaca e da pressão
sanguínea. Mas resultados contraditórios são esperados, uma vez que um dos
fatores que mais interferem numa boa triagem é a música em si. Gosto musical é
muito particular de cada pessoa, variando muito o estilo considerado como
relaxante de uma pessoa para outra. Além disso, deve ser levado em conta o grupo
amostral pequeno e variação na duração das sessões.
Algumas pesquisas atuais questionam quais terapias
baseadas em arte são mais ou menos efetivas, se os impactos da terapia podem
ser relacionadas a outras variáveis importantes e pré-condições, e se os
benefícios obtidos pela terapia são de longa ou curta duração. Também estão
pesquisando se há algum estilo musical que leve aos efeitos benéficos
supracitados em todos os pacientes neste tratamento.
Portanto, use a música a seu favor, para diminuir o
estresse e a ansiedade visando diminuir o risco de doença cardíaca!
O post de hoje tomou como base artigos de revisão
de literatura e o post anterior do coordenador Eric Renan. Para ter acesso a
qualquer um destes textos, segue os links abaixo:
Espero que tenham gostado e que aprofundem o conhecimento
na área lendo os artigos citados.
Obrigada pela atenção,
Amanda Caon Morioka
Coordenadora da Liga de Cardiologia
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