segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Sorriso bonito e coração saúdavel- prevenção de endocardite infecciosa.

        A endocardite infecciosa é um ótimo exemplo para demonstrar a relação entre saúde bucal e o funcionamento cardíaco. A doença se trata de uma infecção da parede interna do coração ou das válvulas cardíacas, causada por fungos, vírus ou bactérias. Dentro deste este último grupo, destaca-se a importância do Streptococus viridans, uma bactéria oportunista que habita normalmente a boca de todos os seres humanos.
        Quando surge uma porta de entrada para a circulação, seja por uma periodontite (infecção e inflamação dos ligamentos e ossos que dão suporte aos dentes), gengivite ou intervenção odontológica mais invasiva, ele logo atinge a corrente sanguínea. Por meio desta, a bactéria irá direto para o endocárdio, camada interna do coração onde estão as válvulas. Neste local, ele se proliferará e causará a infecção do tecido. Se não tratada rapidamente, a infecção pode evoluir e provocar alterações no funcionamento das válvulas, podendo levar a completa destruição delas.
        A doença apresenta como principal sintoma, no início, uma febre prolongada, mas pode aparecer mais tardiamente uma perda de peso, falta de ar, tosse, o surgimento de sopro ou mudanças em um pré-existente. Contudo, hoje em dia com o diagnóstico precoce, diminuiu o aparecimento destes últimos sintomas, pois inicia-se o tratamento antes que possam se desenvolver.
        O tratamento é feito pela administração endovenosa de antibióticos por 4 a 6 semanas, e se não houver melhora, faz-se a remoção cirúrgica do tecido infeccionado com a troca da válvula comprometida por uma prótese.
         A endocardite bacteriana atinge indíces mais elevados no chamado grupo de risco, que é formado por portadores de doenças congênitas, lesões valvares e próteses no coração. Dos casos diagnosticados, cerca de 40% têm origem em bactérias provenientes da boca. Portanto, um bom cuidado com a saúde bucal, ao manter a higiene adequada e fazendo visitas periódicas no dentista e no cardiologista, podem prevenir o aparecimento desta doença.
         Logo na primeira consulta médica e odontólogica, deve ser feito uma anamnese completa para pesquisar a condição de saúde geral da pessoa. Com os dados coletados, é possível dizer se o paciente pode se submeter a uma intervenção cirúrgica sem maiores riscos. E, caso haja esse risco, essa informação permite que o dentista ou o cardiologista esteja melhor preparado na prevenção da doença ao prescrever um antibiótico que deve ser ingerido logo antes do procedimento.
         Com tudo isso em mente, lembre-se de sempre escovar bem os dentes, passar fio dental e usar o enxaguante bucal, além das consultas periódicas com o profissional da área. Assim, adquire um sorriso bonito e um coração saudável.

Referências:

Descuido com a saúde bucal pode comprometer o coração. Segunda-Feira, 25 de Fevereiro de 2013

Endocardite Infecciosa: o coração e a boca. Publicado em setembro 26, 2011 por Rosane Menezes Faria, membro do Departamento de Odontologia da SOCESP



Associação entre saúde bucal e doença arterial coronária aterosclerótica em pacientes submetidos a cineangiocoronariografia: estudo transversal controlado. Rev. Bras. Cardiol. Invasiva vol.20 no.2. São Paulo Apr./June 2012. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S2179-8397201200012&script=sci_arttext

Saúde bucal previne doenças cardíacas. Por Marina Yamaoka. Publicada em: 28/04/2008. Fonte: Faculdade de Odontologia - USP http://www.usp.br/aun/exibir.php?id=2028


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Quer rota fácil para os principais Guidelines?

Com certeza, você já gastou algum tempo procurando alguma Diretriz ou Consenso para se atualizar sobre alguma doença, tratamento ou procedimentos, não é mesmo?

E como sempre é útil ter uma acesso mais rápido (além da boa velha procura pelo Google), separei os links e alguns apps para cada central de Guidelines das principais sociedades de cardiologia.

Mas a dica para os sites é: entrei no site e adicione aos seus favoritos. Isso mesmo favoritos! Essa ferramenta (presente também nos navegadores dos celulares) é esquecida por muitos e é muito útil para reduzir um tempinho (principalmente quando a conexão não está lá essas coisas..).

Vamos lá!


Na American Heart Association, os Guidelines e Statements são divididos por letra:

http://my.americanheart.org/professional/StatementsGuidelines/ByTopic/By-Topic_UCM_316895_Article.jsp




Sociedade Brasileira de Cardiologia, os Consensos e Diretrizes estão divididos por ano:
http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes.asp








European Society of Cardiology:
http://www.escardio.org/guidelines






Da American College of Cardiology (ACC)
http://www.cardiosource.org/science-and-quality/practice-guidelines-and-quality-standards.aspx




E os aplicativos para iphone são:

- SBC - Diretrizes



- ESC Pocket Guidelines

E você qual fonte de Diretrizes você mais usa?

Até a próxima,

Elayne Oliveira
Presidente da Liga de Cardiologia da UNICAMP





segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Energéticos possuem algum malefício para o coração?

Atualmente, sabemos que muitos jovens fazem uso de bebidas energéticas, principalmente em festas. Às vezes tomam essas bebidas apenas para ficarem mais 'acordados', e outras vezes as misturam com bebidas alcoólicas.
  No post de hoje, procuramos analisar e informar se as bebidas energéticas possuem algum malefício para o coração. Alguns estudos mostraram que, voluntários foram observados e monitorados antes e depois de ingerirem bebidas energéticas. Foi constatado que após a ingestão dessas substâncias o coração aumentou seu ritmo de funcionamento, principalmente pela presença de cafeína e taurina nos energéticos.
  Os estudos confirmaram o aumento de contrações do músculo cardíaco, porém foram análises a curto prazo, sendo necessários mais estudos sobre os efeitos a longo prazo que os energéticos podem causar.
  Mas enfim, existe algum problema em beber energéticos? A resposta é sim, pois o problema consiste em exigir mais do coração devido às altas concentrações de cafeína e taurina nesses produtos. Contudo, jovens e adultos saudáveis não precisam se preocupar demasiadamente, uma vez que não possuem problemas cardíacos prévios, desde que o consumo não seja de forma exagerada e constante. Já as crianças, idosos e indivíduos com doenças do aparelho cardiovascular devem sim se preocupar com a ingestão dessas bebidas, as quais influenciam no funcionamento do coração.
  De qualquer forma, é importante moderar o uso desses produtos, sendo saudável ou não. E, mais importante, é fazer controles anuais com cardiologistas para saber se o risco de ingerir energéticos é aumentado ou não dependendo de cada indivíduo.
  Para quem quiser se aprofundar mais no assunto, recomendamos duas bibliografias, citadas abaixo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- Phan JK, et al. 'Effect of caffeinated versus noncaffeinated energy drinks on central blood pressures.' Pharmacotherapy, 2014.
2- Livro 'Nutrição Básica e Metabolismo' Autoras: Neuza Maria Brunoro Costa e Maria do Carmo Gouveia Peluzio.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Consumo de sal e mortalidade


A hipertensão primária tem maior prevalência em locais onde os indivíduos consomem muito sal (2,3g por dia) em comparação com outros onde se consome 1,2g de sal por dia. Além disso, a redução do consumo de sal diminui a pressão arterial tanto em indivíduos normotensos como em indivíduos hipertensos. A importância de se estudar esse tema reside principalmente no fato de que hipertensão é um marcador de mortalidade.
Recomenda-se que a ingestão de sal para adultos seja de no máximo 2g por dia. No entanto, pacientes que possuem uma ou mais das seguintes características devem ingerir no máximo 1.5g por dia: idade maior ou igual a 51 anos, negros, hipertensos, portadores de diabetes mellitus, portadores de doença renal crônica.
O New England Journal of Medicine recentemente publicou um artigo sobre o consumo de sal e a avaliação de risco cardiovascular. Abaixo está o link de um vídeo curto, mas com muitas informações sobre esse tema.
Link para o vídeo:

Link para o artigo:

Outras referências:


Liga de Cardiologia da UNICAMP

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Duração do sono e efeitos para o coração

    São várias as vantagens conhecidas de uma boa e longa noite de sono. Por exemplo, sabe-se que dormir bem aumenta a disposição ao longo do dia, a concentração nas atividades, diminui o estresse e, claro, diminui o cansaço ao longo do dia. Será que o coração também é influenciado pelos benefícios das noites bem dormidas?

    Pode-se dizer que sim. Acredita-se que dormir entre 7 e 8 horas por noite diminui as chances de eventos cardiovasculares, principalmente quando o número de horas dormidas está em conjunto com outros fatores, como dieta saudável e prática de mais de 3,5 h de atividades físicas por semana.

    Isso significa que quanto mais tempo dormimos melhor será nossa saúde?  Infelizmente, não. Estudos também apontam que dormir mais de oito horas  por noite pode aumentar a chance de desenvolvimento de eventos cardiovasculares. Portanto, dormir é importante, mas excesso de sono também faz mal.   

Luiza Leal
Coordenadora da Liga de Cardiologia da Unicamp

Referências: