segunda-feira, 28 de abril de 2014

Aprendendo um pouco mais sobre ECG


Nas aulas teóricas da Liga de Cardio estamos começando a aprender um pouco mais sobre eletrocardiograma.

Aqui vão dois links de sites que podem ser úteis nos nossos estudos.

1. Site da University of Utah
http://ecg.utah.edu/

Este site revisa os conceitos iniciais de eletro que estamos vendo em aula e apresenta dicas de como interpretá-los. 

2. Site: ECG Wave-Maven (Harvard Medical School)

Este é um site mais aprofundado que o anterior e reúne um grande número de quizzes e casos clínicos de eletro. Há como praticar através de perguntas com casos clínicos ou encontrar as variações no ECG diretamente pelo diagnóstico.
Além disso, a página também adiciona novos casos periodicamente através da página no facebook: 
https://www.facebook.com/EcgWaveMaven

Bons estudos a todos!

Gabriela Figueiredo Pucci
Liga de Cardiologia da UNICAMP

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Avaliação de risco para evento cardiovascular

As doenças cardiovasculares são a primeira causa de óbitos no mundo, segundo a Organização Mundial da saúde. Sendo assim, fica clara a preocupação dos profissionais da saúde e da população em geral na prevenção e identificação dos riscos.

Nos Estados Unidos, em um grande estudo populacional, chamado Estudo de Framingham, iniciado em 1948 na cidade de Framingham, Massachusetts, e patrocinado pelo National Heart Institute, foram estabelecidos os critérios até hoje utilizados para o cálculo do risco cardiovascular.
Naquela época, pouco se conhecia sobre os fatores de risco cardiovascular e o objetivo do estudo foi identificar os fatores que contribuíam para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares.
Foram recrutados 5.209 habitantes de Framingham, de ambos os sexos e sem doença cardíaca aparente, que realizaram extensa avaliação clínica e laboratorial e tiveram seus hábitos de vida cuidadosamente analisados. A partir de então eles retornaram para serem avaliados a cada 2 anos.
A partir dos resultados desse estudo, os principais fatores para avaliação do risco cardiovascular foram estabelecidos: colesterol total, HDL, pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica, diabetes, tabagismo, sexo e idade. A partir dos valores desses fatores, foi desenvolvido o escore de framingham, que, embora tenha sua origem em uma população americana predominantemente branca, teve sua utilidade demonstrada por estudos realizados em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.
O risco é considerado baixo quando o escore é inferior a 10%, intermediário quando éstá entre 10 e 20% e alto quando é superior a 20%.
É sempre bom lembrar que mesmo uma pessoa tendo risco baixo pelos critérios de framingham, isso não significa que nunca desenvolverá uma doença cardiovascular. Portanto, todos precisam manter hábitos saudáveis para cuidar do coração! E de todo o resto do corpo, na verdade.

Tabela mostrando como se calcula: http://www.lapacor.com.br/escore.html


Paula Helena Gonçalves de Souza
Coordenadora de pesquisa na Liga de Cardiologia da Unicamp 2014

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Outra perspectiva para o estudo da Anatomia Cardíaca

Não há como negar a beleza da anatomia cardíaca.

Começamos na medicina com o estudo estático naquelas peças anatômicas nos nossos laboratórios de Anatomia Humana, tentando desvendar suas estruturas, nem sempre tão adequadamente dissecadas, fixadas e muitas vezes, infelizmente, destruídas pelo descuidado dos nossos colegas acadêmicos.

Mas mesmo assim, os apaixonados por essa máquina biológica se encantam ao imaginar seu funcionamento e suas correlações anatômicas.
Eventualmente frustrações surgem na comparação incessante com os Atlas.. sempre com as figuras muito bem desenhadas, coloridas, nas posições mais cômodas..
Alguns apaixonados ainda vão atrás de mais e recorrem a atlas fotográficos como o belíssimo Yokoshi...
E infelizmente somos bombardeados nos anos seguintes da medicina somente com essas imagens de Atlas ou programas de imagens em 3D..

No entanto, convenhamos, a maior beleza do coração não está na sua análise estática, certo?

E nessa perspectiva que procurei algumas das ferramentas disponíveis para o estudo anatômico em condição dinâmica para a aula que ministrei em nossa Liga sobre "Anatomia Cardíaca no Raciocínio Diagnóstico" e vou descrever uma das ferramentas mais interessantes que encontrei: The Atlas of Human Cardiac Anatomy mantido pela Visible Heart® Laboratory da University of Minnesota.

O Visible Heart Laboratory montou esse Atlas a partir de 50 corações humanos doados pela LifeSource Organ and Tissue Donation, que foram reanimados por metodologias muito bem estruturadas para a montagem de vídeos para o estudo sobre o funcionamento do coração em diversos ângulos, cobrindo todos os movimentos das valvas, as contrações das câmaras de diversos ângulos internos e externos e toda arquitetura cardíaca durante seu funcionamento. Além também de outros corações que foram direcionados ao estudo de perfusão. 
Se ficou curioso sobre as metodologias, leia mais aqui: Project Methodologies

E com todo esse aparato de captação e manutenção da atividade cardíaca, eles não se restringiram apenas a coletar imagens externas, mas também a imagens endoscópicas, de ressonância magnética e tomografia computadorizada. Associam ainda imagens endoscópicas, com ecocardiografia e fluoroscopia simultâneas para associação do leitor de todas as imagens. E há ainda muitos outros modos de ver o coração em funcionamento e também da forma estática tradicional.

O site é para infinitas visitas! Tanto para estudo da anatomia básica, de correlações fisiológicas e clínicas, para apreciação, para montar seminários e aulas muito interessantes.

Coloco aqui alguns dos vídeos disponíveis no The Atlas of Human Cardiac Anatomy para aguçar a curiosidade de vocês:
E qual valvas estamos visualizando aqui?


Qual sistema está sendo destacado no vídeo?


Estudar os cortes da imagenologia não fica mais prático?

Que tal explorarmos mais essas ferramentas de análise funcional do órgão depois de um bom estudo do órgão estático? 
Talvez isso torne o estudo da anatomia cardíaca mais aplicável e presente no nosso raciocínio diagnóstico, portanto na semiotécnica, na análise um ecocardiograma, uma ressonância, um cateterismo, passar um cateter.. 

Até terça (22/04) às 12h15 para a aula do Dr. Fernando Piza sobre ECG: aspectos básicos,

Elayne Oliveira
Presidente da Liga de Cardiologia da UNICAMP

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Treinando o ouvido para ausculta cardíaca

Na ultima aula teórica da Liga de Cardiologia (08/04), o professor José Roberto nos ensinou sobre a base da ausculta cardíaca.

Aprendemos que para uma boa ausculta é necessário primeiramente usar a oliva correta para o formato do ouvido do examinador. Ela deve abafar completamente os ruídos exteriores, permitindo que se ouça apenas o foco que se quer auscultar.

Além disso, o professor José Roberto nos ensinou que devemos acostumar nossos ouvidos com os ruídos cardíacos normais, para que consigamos reconhecer rapidamente as bulhas cardíacas e perceber as alterações da normalidade. Estas, então, serão analisadas de acordo com o período do ciclo que aparecem (relação com as bulhas) e com quais focos de ausculta encontram se mais forte.

Hoje em dia, há inúmeros aplicativos disponíveis que simulam os ruídos cardíacos, possibilitando um maior treinamento para nossos ouvidos. Vale lembrar que assim como para uma boa ausculta são necessárias olivas corretas, para ouvir bem são necessários headphones fechados, por isolar melhor o som exterior.

Alguns aplicativos disponíveis são:

-gratuitos:

https://itunes.apple.com/br/app/3m-littmann-soundbuilder/id414942730?mt=8

https://itunes.apple.com/br/app/heart-murmur-lite/id506431556?mt=8

https://itunes.apple.com/br/app/istethoscope-expert-heart/id651962198?mt=8

-pagos:

https://itunes.apple.com/br/app/heart-murmur-pro-heart-sound/id451697322?mt=8

https://itunes.apple.com/br/app/imurmur-2/id372621883?mt=8

https://itunes.apple.com/br/app/iauscultar/id522014037?mt=8

Há também inúmeros sites com informações sobre o assunto. Há um site português, por exemplo, que possui os ruídos e sopros cardíacos em áudio, descrevendo cada um deles, para melhor compreensão dos termos técnicos. O link para este site é:
http://estudmed.com.sapo.pt/ausculta/fs.htm

Agora é só baixar o aplicativo que melhor atende as suas necessidades e treinar muito! Eu, por exemplo, escolhi o aplicativo soundbuilder da Littmann. Possui um layout simples, bem didático e auto-explicativo.
A primeira página do aplicativo mostra todos os ruídos e sopros cardíacos disponíveis para estudo. Depois de escolher o ruído que quer estudar, aparece uma página com as características básicas relacionadas com o item em questão, como a posição de ausculta, o foco, as causas do ruído, o que se deve esperar ouvir, etc.



Então, passa-se para a parte da ausculta em si e uma visão do movimento cardíaco associado a esse som.
O inconveniente do aplicativo é a constante propaganda dos produtos da Littmann, mas nada que atrapalhe ou incomode muito.




Espero que tenham gostado do post e da aula teórica dada semana passada. Aproveito para lembrá-los da aula de amanhã sobre indicações da RNM cardíaca as 12:15, sala a confirmar, com o professor Otávio Rizzi.

Até amanha,

Amanda Caon Morioka
Coordenadora da Liga de Cardiologia Unicamp

terça-feira, 8 de abril de 2014

O Coração Saudável

            Nas últimas décadas, a expectativa de vida vem aumentando bastante. Porém, muitas pessoas chegam à terceira idade com uma qualidade de vida ruim, dependendo de diversas medicações para se manterem bem.
             Pensando nisso, a Liga de Cardiologia da Unicamp criou este blog, objetivando publicar assuntos semanalmente relacionados ao coração, informando aos leitores aspectos muito interessante.
  Hoje, falaremos um pouco aqui sobre a atividade física e seus benefícios para o sistema cardiovascular. Nas próximas semanas, publicaremos outros tipos de exercícios para que os leitores adequem suas características pessoais aos exercícios.
            Primeiramente, vamos explicar sucintamente o funcionamento básico do coração. Este órgão de suma importância é tão desenvolvido que é capaz de gerar o próprio estímulo, excitar-se com ele, conduzi-lo e, por fim, contrair o músculo cardíaco para ejetar sangue para o corpo. A fisiologia cardíaca é uma área muito abrangente, mas para efeitos práticos, adotaremos uma simples fórmula para relacionar a atividade física ao coração: Débito Cardíaco = Volume Sistólico x Frequência Cardíaca. Ou seja, débito cardíaco é o volume de sangue bombeado em um minuto.
            Dessa forma, podemos propor que o exercício físico otimiza um dos dois produtos da fórmula, tentando manter o débito, mas exigindo menos do coração. Se pararmos para pensar, o coração bate em média 70 vezes por minuto, ejetando 70ml de sangue a cada batimento, gerando um débito de aproximadamente 500ml de sangue por minuto. Se formos mais além ainda, uma pessoa que vive 70 anos, o coração bate milhões e milhões de vezes, sem parar. Com poucas informações, percebemos a grande importância de cuidar bem desse órgão, para que todos cheguemos à terceira idade saudáveis.
            Mas como a atividade física auxilia o coração? Uma explicação breve e simples fará o leitor entender facilmente esta relação. Existem dois tipos de exercícios, o anaeróbio e o aeróbio. E, a partir deles, o músculo pode hipertrofiar (aumentar de volume) também de duas formas, concentricamente e excentricamente.
            A hipertrofia concêntrica aumenta o volume das fibras musculares cardíacas, porém o miocárdio cresce para dentro, ou seja, diminui o volume das câmaras cardíacas. Com isso, menos sangue é ejetado pelo ventrículo a cada batimento, fazendo-se necessário aumentar o número de batimentos por minuto (frequência cardíaca) para manter o débito. Dessa forma, podemos deduzir que o treinamento especificamente anaeróbio, quando muito intenso (como é o caso do treinamento de fisioculturistas) é prejudicial a fisiologia do sistema cardiovascular.
            Por outro lado, o exercício aeróbio tende a ser benéfico para o coração. O exercício aeróbio estimula a hipertrofia excêntrica do músculo cardíaco, causando uma dilatação das câmaras. Porém, essa dilatação pode ser tão exacerbada, principalmente quando patológica, que o coração perde a capacidade de contrair, mas esse ponto deixaremos para uma outra ocasião. Voltando à atividade física, o exercício aeróbio causa hipertrofia excêntrica. Com isso, o volume de sangue ejetado a cada batimento será maior. Se olharmos a fórmula básica novamente (DC=VSxFC), percebemos que, se o volume sistólico aumenta, a frequência cardíaca pode diminuir e o débito se manterá o mesmo. Esse é um exemplo de “coração de atleta”, cujo miocárdio é tão treinado e forte, que basta poucas contrações para distribuir o sangue pelo corpo.
            Hoje, para não alongarmos muito, publicamos apenas estas informações básicas sobre os benefícios da atividade física para o coração. Mas fiquem atentos ao blog da Liga de Cardiologia da Unicamp, pois nas próximas semanas publicaremos diferentes tipos de exercícios aeróbios e, relacionaremos cada exercício com as particularidades de cada pessoa (obesos, idosos, hipertensos, etc.). Isso é importante porque cada indivíduo reage diferente a determinado exercício e, dependendo da característica de cada pessoa, ela pode estar limitada a praticar alguns exercícios , necessitando de uma atividade específica para otimizar as funções do coração.
            De qualquer forma, sempre procurem um médico e um educador físico para orientá-los antes de fazerem atividades físicas exageradas.

Agradecemos a leitura de todos,


Liga de Cardiologia da UNICAMP. 

domingo, 6 de abril de 2014

Já conferiu os selecionados e premiados do XXXV Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo?

Nos últimos dias 21, 22 e 23 de março ocorreu o XXXV Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. O evento contou com várias participações de alunos, professores e profissionais da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP  e dentre elas, tivemos alguns premiados em categorias que merecem destaque.

A Liga de Cardiologia da UNICAMP parabeniza com orgulho todos os selecionados e/ou premiados da nossa Universidade!

Primeiro Lugar em Melhor Pesquisa Aplicada - Prêmio Luiz Veneré Decourt: Profº Dr. Andrei C Sposito e toda a sua equipe do Brazilian Heart Study, AteroLab e colaboradores.



Indicado a Melhor Pesquisa Aplicada - Prêmio Luiz Veneré Decourt: Luiz Sérgio F Carvalho, Prof. Andrei Sposito e equipe do Brazilian Heart Study e AteroLab

Segundo lugar em Melhor Pesquisa Básica - Prêmio Cantídio de Moura Campos Filho: Profº Dr. Otávio Rizzi Coelho Filho e toda sua equipe.



Indicado a Melhor Pôster Médico do Congresso SOCESP - Acadêmica Júlia Loureiro Sion e equipe do prof. Dr. Heitor Moreno.






Indicado a Melhor Pesquisa Básica - Natália Ruggeri Barbaro e equipe do prof. Dr. Heitor Moreno.


PARABÉNS!