terça-feira, 13 de maio de 2014

Uma rápida passagem pela história da Cardiologia

       A medicina avançou muito nas últimas décadas- as fisiopatologias de diversas doenças foram decifradas, vários medicamentos foram criados e outros tantos foram deixados de lado, métodos diagnosticos mais precisos foram desenvolvidos, entre várias outras evoluções. Isso beneficiou muito a área da cardiologia que passou a ter grande destaque e passou a estar mais preparada a enfrentar a ampla prevalência de doenças cadiovasculares.
        Mas, na realidade, o interesse pelo estudo do coração é muito antigo, foram necessários séculos de estudo para se chegar ao conhecimento atual. Seguindo uma rápida evolução pela linha do tempo e deixando muitos fatos importantes de lado, temos este pequeno vislumbre da história:
        Com a datação estimada em 3000 a.C,  papiro de Smith, atribuído a Imhotep, possui uma descrição sobre coração e suas ligações com vasos sanguíneos, que se distribuíam pelo corpo, descrevia também o conhecimento sobre a existência de pulsações. Depois disso, na Grécia Antiga, Platão já afirmava que o coração era o órgão central da circulação e que o sangue se encontrava em constante movimento. Neste mesmo período histórico, Hipócrates ensinava que o coração era dividido em cavidades e que algumas destas eram separadas por válvulas. Ele também ensinava sobre a diferença na coloração do sangue entre as cavidades direitas e esquerdas. Descreveu ainda que as veias funcionavam como vasos que conduziam sangue e as artérias como canais de condução de ar.
        No século III a.C., Herófilo descreveu a diastóle, a sístole e quatro aspectos fundamentais do pulso-frequência, amplitude, força e ritmo. Foi o primeiro estudioso a analisar as arritmias cardíacas. Na Renascença, com os estudos de cadáveres, Leonardo da Vinci foi capaz de descrever melhor a estrutura cardíaca e relatou muitas modificações que compromentem os vasos arteriais com a idade, como a aterosclerose.
         Na década de 1630, William Harvey, considerado por muitos como fundador do moderno método de aplicação da medicina e como pai da fisiologia, fez diversas contribuições para o conhecimento do sistema circulatório,corrigindo erros anteriores e explicando novos aspectos.
        No século XVIII, Heberden descreve a apresentação da angina, sua localização, irradiação, sintomas associados, a sensação de morte iminente e faz ainda a associação entre os sintomas e a realização de atividades físicas. Neste mesmo século, houve a introdução do digital, medicamento que faz parte até hoje do arsenal terapêutico da cardiologia. Também foi estabelecido o princípio da hidrostática na circulação e foi feito o primeiro cateterismo em um animal vivo. No século XIX, houve diversos avanços na área da propedêutica e foi criado o estetoscópio, instrumento essencial para um médico.
        Devido às mudanças dos hábitos de vida da população (como a alimentação ruim, sedentarismo, estresse emocional) que passaram a ocorrer desde o século XX, com o aumento da prevalência de doenças cardiovasculares e o enorme avanço tecnológico, a Cardiologia tornou-se uma das mais avançadas especialidades médicas. Este foi um século de grandes desenvolvimentos tecnológicos e de cirurgias cardiacas. Foi o “século dos cirurgiões”.
        No Brasil, contudo, foi apenas nas décadas de 1920-1949 que a Cardiologia estabeleceu-se como especialidade médica, graças as contribuiçoes de Carlos Chagas (realizou os primeiros estudos brasileiros sobre doenças cardíacas e trouxe o primeiro eletrocardiografo para o país) e de Dante Pazzanese (organizou o primeiro serviço especificamente voltado para o diagnóstico e tratamento de doenças cardíacas). Desde então, esta especialidade vem crescendo e se desenvolvendo muito.
        Para quem tiver mais interesse sobre o assunto,  fica o link abaixo da onde retirei os dados apresentados:
        Espero que tenham gostado de ver o quanto esta grande especialidade avançou para se tornar o que é hoje.

Agradeço a atenção,

Amanda Caon Morioka
Coordenadora da Liga de Cardiologia

.

Nenhum comentário:

Postar um comentário