A medicina avançou muito nas últimas décadas- as
fisiopatologias de diversas doenças foram decifradas, vários medicamentos foram
criados e outros tantos foram deixados de lado, métodos diagnosticos mais
precisos foram desenvolvidos, entre várias outras evoluções. Isso beneficiou muito
a área da cardiologia que passou a ter grande destaque e passou a estar mais
preparada a enfrentar a ampla prevalência de doenças cadiovasculares.
Mas, na realidade, o interesse pelo estudo do
coração é muito antigo, foram necessários séculos de estudo para se chegar ao
conhecimento atual. Seguindo uma rápida evolução pela linha do tempo e deixando
muitos fatos importantes de lado, temos este pequeno vislumbre da história:
Com a datação
estimada em 3000 a.C, papiro de Smith,
atribuído a Imhotep, possui uma descrição sobre coração e suas ligações com
vasos sanguíneos, que se distribuíam pelo corpo, descrevia também o
conhecimento sobre a existência de pulsações. Depois disso, na Grécia Antiga,
Platão já afirmava que o coração era o órgão central da circulação e que o
sangue se encontrava em constante movimento. Neste mesmo período histórico, Hipócrates
ensinava que o coração era dividido em cavidades e que algumas destas eram
separadas por válvulas. Ele também ensinava sobre a diferença na coloração do
sangue entre as cavidades direitas e esquerdas. Descreveu ainda que as veias
funcionavam como vasos que conduziam sangue e as artérias como canais de
condução de ar.
No século III a.C., Herófilo descreveu a diastóle, a
sístole e quatro aspectos fundamentais do pulso-frequência, amplitude, força e
ritmo. Foi o primeiro estudioso a analisar as arritmias cardíacas. Na Renascença, com os estudos de cadáveres, Leonardo da Vinci foi capaz de
descrever melhor a estrutura cardíaca e relatou muitas modificações que
compromentem os vasos arteriais com a idade, como a aterosclerose.
Na década de 1630, William Harvey, considerado por
muitos como fundador do moderno método de aplicação da medicina e como pai da
fisiologia, fez diversas contribuições para o conhecimento do sistema
circulatório,corrigindo erros anteriores e explicando novos aspectos.
No século XVIII, Heberden descreve a apresentação da
angina, sua localização, irradiação, sintomas associados, a sensação de morte
iminente e faz ainda a associação entre os sintomas e a realização de
atividades físicas. Neste mesmo século, houve a introdução do digital,
medicamento que faz parte até hoje do arsenal terapêutico da cardiologia.
Também foi estabelecido o princípio da hidrostática na circulação e foi feito o
primeiro cateterismo em um animal vivo. No século XIX, houve diversos avanços
na área da propedêutica e foi criado o estetoscópio, instrumento essencial para
um médico.
Devido às mudanças dos hábitos de vida da população (como a alimentação ruim, sedentarismo, estresse emocional) que
passaram a ocorrer desde o século XX, com o aumento da prevalência de doenças
cardiovasculares e o enorme avanço tecnológico, a Cardiologia tornou-se uma das
mais avançadas especialidades médicas. Este foi um século de grandes
desenvolvimentos tecnológicos e de cirurgias cardiacas. Foi o “século dos cirurgiões”.
No Brasil, contudo, foi apenas nas décadas de
1920-1949 que a Cardiologia estabeleceu-se como especialidade médica, graças as
contribuiçoes de Carlos Chagas (realizou os primeiros estudos brasileiros sobre
doenças cardíacas e trouxe o primeiro eletrocardiografo para o país) e de Dante
Pazzanese (organizou o primeiro serviço especificamente voltado para o
diagnóstico e tratamento de doenças cardíacas). Desde então, esta especialidade
vem crescendo e se desenvolvendo muito.
Para quem tiver mais interesse sobre o assunto, fica o link abaixo da onde retirei os dados
apresentados:
Espero que tenham gostado de ver o
quanto esta grande especialidade avançou para se tornar o que é hoje.
Agradeço a atenção,
Amanda Caon Morioka
Coordenadora da Liga de Cardiologia
.
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