segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Como o óxido nítrico rendeu um prêmio Nobel - e o que isso tem a ver com a cardiologia?

            Em 1998, três farmacêuticos americanos receberam o prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina por descobrirem a importância do óxido nítrico para o sistema cardiovascular. A história pode ser antiga, mas essa molécula é até hoje muito utilizada na forma de fármacos e também muito importante para o nosso organismo.
            O óxido nítrico (NO) foi descoberto como um potente transmissor de sinal para o organismo. Robert Furchgott, em Nova Iorque em 1980, viu que algumas células endoteliais produziam um sinal que causava vasodilatação ao relaxar o músculo liso das paredes do vaso. Ele o chamou de EDRF (Endothelium-derived relaxing factor). Enquanto isso, Ferid Murad, um farmacêutico de Houston, descobriu que algumas substâncias vasodilatadoras liberavam NO ao agir. Louis Ignarro, o terceiro farmacêutico, concluiu em 1986 que o EDRF era, na verdade, o NO.
            Após apresentação de suas conclusões acerca dessa molécula, laboratórios do mundo inteiro passaram a estudar o NO a fim de verificar outras funções dessa molécula. Assim, concluiu-se que o NO protege o coração, estimula o cérebro, mata bactérias, entre outras funções.
            Hoje, o NO é importante para tratamento de pacientes com hipertensão pulmonar, insuficiência cardíaca. Já a nitroglicerina, que libera NO, é utilizada no tratamento de infarto agudo do miocárdio.

Curiosidade!

            Em 1867 Alfred Nobel descobria a dinamite, que contém nitroglicerina, que por sua vez libera NO quando age. Ao sofrer de doença cardíaca, o médico de Nobel lhe receitou nada mais, nada menos do que nitroglicerina! Obviamente Nobel recusou veementemente e achou bastante irônica a situação!

Ganhadores do Nobel de 1998


Até a próxima postagem!
Liga de Cardiologia da UNICAMP

Referência
http://www.nobelprize.org/


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