Durante muitos anos, era uma questão de fé acreditar que manter uma dieta com um baixo teor de gordura reduzia o risco de doença cardíaca e, possivelmente, de acidente vascular cerebral. O acidente vascular cerebral, tal como a doença coronária, é muito frequentemente causado por uma obstrução dos vasos sanguíneos que fornecem oxigênio aos tecidos vitais. Mas a investigação adicional mostrou que determinadas gorduras saudáveis principalmente proporcionadas por fontes vegetais e pelo peixe podem reduzir o risco de ataque cardíaco e de acidente vascular cerebral. Nas pessoas com uma doença cardíaca, os ensaios clínicos mostram que uma dieta saudável para o coração que incluem muitas destas gorduras poupa tantas vidas como os medicamentos habitualmente prescritos para o coração.
O primeiro indício de que a ideia do baixo teor de gordura para a saúde cardíaca estava desatualizada surgiu com o estudo Seven Countries Study, um inquérito internacional sobre a dieta realizado na década de 1960. Este estudo produziu novidades surpreendentes de que a região com uma incidência mais baixa de doença cardíaca, a ilha de Creta, tinha igualmente a dieta com um mais elevado conteúdo de gorduras, cerca de 40% das calorias. Em 1997, o estudo Nurses’ Health Study procurou avaliar a relação entre as dietas de mais de 80.000 mulheres e os problemas de saúde que elas desenvolveram. Não existe absolutamente nenhuma relação entre a quantidade total de gorduras ingeridas pelas mulheres e o fato de acabarem por desenvolver doença cardíaca. Mas o tipo de gordura fazia diferença. As mulheres com a incidência mais elevada de doença cardíaca ingeriram uma maior quantidade de gorduras saturadas e trans. Entretanto, as mulheres com a incidência mais baixa de doença cardíaca tinham dietas com um conteúdo baixo de gorduras trans, mas relativamente elevado de gorduras polinsaturadas, que provêm principalmente dos óleos vegetais.
Mais uma vez, em 2006, o estudo Women’s Health Initiative demonstrou que uma dieta com um conteúdo total baixo de gorduras não protegia contra a doença cardíaca.
Concluindo, deixar de ingerir gorduras não é a melhor solução para a saúde do coração, mas sim o tipo de gordura em que se está ingerindo. Contudo, a consulta com seu médico é fundamental, pois cada indivíduo possui sua particularidade, além de que outras medidas saudáveis devem ser adotadas para que o resultado seja o melhor possível.
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